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Preces e Orações

PAI NOSSO - O MANTRA UNIVERSAL

PAI NOSSO QUE ESTÁS NO CÉU E EM TODA A PARTE, SANTIFICADO SEJA O TEU SANTO NOME.
VENHA A NÓS O TEU REINO, SEJA FEITA A TUA VONTADE
ASSIM NA TERRA COMO NOS CÍRCULOS ESPIRITUAIS.
O PÃO NOSSO DE CADA DIA DA-NOS HOJE, SENHOR,
PERDOA NOSSAS DÍVIDAS SE NÓS PERDOARMOS AOS NOSSOS DEVEDORES.
NÃO NOS DEIXES CAIR EM TENTAÇÃO E LIVRA-NOS DO MAL,
PORQUE SO EM TI BRILHA A LUZ ETERNA, A LUZ DA GLÓRIA, DO REINO E DO PODER
POR TODOS OS SÉCULOS SEM FIM! SALVE DEUS!

 O PÃO NOSSO DE CADA DIA

Ó, JESUS! DEUS É ESPÍRITO E EU A SUA DIVINA IMAGEM.
SOU SÁBIA, POIS EXPRESSO A SABEDORIA DA MENTE INFINITA
E TENHO CONHECIMENTO DE TODAS AS COISAS!...EU SOU A VIDA E A SAÚDE - E SOU ENCARNADA...
Ó, BOM DEUS! CAMINHO HÁ CENTENAS DE ANOS PARA TE ENCONTRAR...
SUBI AS CORDILHEIRAS E DESCI ÀS PLANÍCIES MACEDÔNICAS, ENFRENTEI O VERDE PELOPONESO,
ATRAVESSEI A ERA CRÍSTICA, UNIFIQUEI AS FORÇAS E ME FIZ AMOR EM CRISTO JESUS!
HOJE, SOU FÍSICA NOVAMENTE. ME EXPRESSO ATRAVÉS DO HOMEM-JAGUAR,
QUE AINDA GEME E CHORA PELO PÃO DE CADA DIA, PELO PROGRESSO DE NOSSAS VIDAS MATERIAIS,
PARA QUE POSSAMOS SERVIR, SEM AS PREOCUPAÇÕES DE NOSSAS OBRIGAÇÕES NESTE MUNDO FÍSICO,
EM DEUS PAI TODO PODEROSO! SALVE DEUS! (Tia Neiva, 25.10.80)


PRECE DO APARÁ

JESUS! NÃO PERMITA QUE FORÇAS NEGATIVAS DOMINEM A MINHA MENTE!
QUE SOMENTE A VERDADE ENCONTRE ACESSO EM TODO O MEU SER...
FAZE-ME PERFEITO INSTRUMENTO DE TUA PAZ!
E PARA QUE EU POSSA TRABALHAR SEM DÚVIDAS, TIRA-ME A VOZ QUANDO,
POR VAIDADE, TENTAR ENGANAR OS QUE ME CERCAM...
ILUMINA A MINHA BOCA PARA QUE PURAS SEJAM AS MENSAGENS DO CÉU POR MIM!
ILUMINA, TAMBÉM, AS MINHAS MÃOS NAS HORAS TRISTES E CURADORAS E PARA SEMPRE!...
JESUS! NINGUÉM, JAMAIS, PODERÁ CONTAMINAR-SE POR MIM! SALVE DEUS!


PRECE CIGANA KATSHIMOSHY

(Obs.: Fazer, preferencialmente, pela manhã, a céu aberto)

SENHOR! EU TE AGRADEÇO PELA VIDA E POR ESTA NOVA MANHÃ!...
AJUDA-ME A ENCONTRAR AS PESSOAS QUE DEVO,
A OUVIR AQUELAS COM QUEM QUERES QUE ME COMUNIQUE...
MOSTRA-ME COMO AJUDÁ-LAS OU COMO RECEBER ALGUMA COISA QUE TENHAM A DAR...
AJUDA-ME A SER UM AUXÍLIO, UMA BÊNÇÃO AOS MEUS!
A ORDEM DIVINA TOME CONTA DE MINHA VIDA HOJE E TODOS OS DIAS!
HOJE É UM NOVO E MARAVILHOSO DIA, E NUNCA HAVERÁ UM DIA COMO ESTE...
A MINHA VIDA É COMANDADA DE FORMA DIVINA E TUDO QUE EU FIZER IRÁ PROSPERAR...
O AMOR DIVINO ME CERCA, ME ENVOLVE E ME PROTEGE E EU CAMINHO EM PAZ!
SEMPRE QUE MINHA ATENÇÃO FOR DESVIADA DO QUE É BOM E PRODUTIVO,
EU A TRAREI DE VOLTA PARA A CONTEMPLAÇÃO DO QUE É ADMIRÁVEL E DE BOA FAMA!
SOU UM IMÃ MENTAL E ESPIRITUAL, ATRAINDO TODAS AS COISAS QUE ME FAZEM PROSPERAR...
HOJE EU VOU ALCANÇAR UM ENORME SUCESSO EM TODAS AS MINHAS TAREFAS...
HOJE EU VOU SER FELIZ O DIA TODO! SALVE DEUS!


PRECE DA CORRENTE BRANCA ORIENTAL

(Obs.: Fazer à noite, sem passar de meia-noite; acender uma vela e um defumador)
JESUS! TU QUE BAIXASTES NA TERRA, COMO BOM ENSINADOR DOS TEUS IRMÃOS,
ENSINASTE-NOS O MAIS PURO E VERDADEIRO CAMINHO,
AQUECENDO-NOS DAS CHAMAS DO TEU IMENSO AMOR!...
COLOCASTES EM CADA CORAÇÃO UMA CANDEIA VIVA EM QUE RESPLANDECEM
AS TRÊS PALAVRAS DO TEU DIVINO ENSINAMENTO: FÉ, HUMILDADE E CARIDADE!
DERRAMASTES O TEU BENDITO SANGUE PELO NOSSO AMOR;
ADMITISTES EM TEU CORPO AS CINCO CHAGAS TÃO DOLOROSAS;
BEBESTES, SEM NENHUMA RECUSA, A TAÇA DE FEL
TRAZIDA PELO PRÓPRIO PUNHO DE TEUS LEGÍTIMOS IRMÃOS!...
CRUCIFICADO, SOBRE A TUA CRUZ DESPRENDESTE-TE DO CORPO E,
CORAJOSAMENTE, DEIXASTES AQUELE MORRO DO CALVÁRIO,
SUBISTES AOS CÉUS E FOSTES TER COM DEUS!...
EXPLÍCITO DEIXASTES, JESUS DE AMOR, QUE O SOFRIMENTO E A DOR
SÃO A PURIFICAÇÃO DOS NOSSOS ESPÍRITOS PARA A RENOVAÇÃO DOS QUE AQUI PASSAM,
SABENDO ATRAVESSAR OS VALES DA INCOMPREENSÃO...
JESUS, SÃO ..... HORAS DA NOITE!... VENHO, HUMILDEMENTE, PEDIR-TE A PERMISSÃO
PARA MELHOR ME CONDUZIR NO TEU EXÉRCITO ORIENTAL.
ESTA ESPADA DE LUZ ENCORAJA-ME; ESTE DEFUMADOR EMBRIAGA-ME,
CONDUZINDO MEU ESPÍRITO À MESA REDONDA DA CORRENTE BRANCA DO ORIENTE MAIOR!
Ó, DEUS, DE INFINITA BONDADE! COMO É BELO SENTIR-ME JUNTO A TI!
E, EM DOCE PRECE, DIZER-TE: SENHOR, PROTEJE-ME, POR PIEDADE!
ENTRELACE-ME, SENHOR, CADA VEZ MAIS, COM ESTA BENDITA LINHA ORIENTAL!
COMPADECE-TE DESTES IRMÃOZINHOS QUE AINDA NÃO TE CONHECEM...
DÊ-ME, SENHOR, A PAZ! QUE AMANHÃ, AO LEVANTAR-ME,
POSSA ME SENTIR VERDADEIRAMENTE PROTEGIDO:
O MEU CORPO, A MINHA BOCA, OS MEUS OUVIDOS, OS MEUS OLHOS...
QUE TUDO, ENFIM, SEJA EMANADO PELO TEU AMOR,
PARA QUE EU POSSA VENCER NA LUTA PELO MEU PÃO DE CADA DIA,
SENTINDO QUE A PAZ DO SENHOR, POR TODA A PARTE, ME GUIA! SALVE DEUS!
(Tia Neiva,21.3.61)


PRECE DO EQUILÍBRIO

SENHOR! FAZE COM QUE HABITE EM MIM A VERDADEIRA TRANQUILIDADE DE MINHA ALMA!
NÃO PERMITA QUE ELA SE MANCHE COM OS VÍCIOS DA TERRA!
DAI-ME FORÇAS, SENHOR, PARA QUE EU MESMO POSSA CORRIGIR OS MEUS ERROS.
NÃO DEIXEIS QUE EU ME TORNE JOGUETE DAS ILUSÕES DESTE MUNDO!
PELO PENSAMENTO, NESTE INSTANTE, VOU CONTROLAR A MINHA FORÇA MENTAL-VITAL
E NENHUM PENSAMENTO NEGATIVO PODERÁ ENTRAR EM MINHA MENTE.
OUVE MEUS ROGOS, JESUS, PARA QUE, AO DEIXAR ESTA ROUPAGEM MATERIAL,
ME REVISTA DE LUZ, COMO A DO SOL QUE ILUMINA TODA A HUMANIDADE! SALVE DEUS!


PRECE DO GRANDE ORIENTE DE OXALÁ

Salve Deus! Ó, Grande Oriente de Oxalá! Triângulo divino do Senhor!
Neste instante e por todos os instantes de minha vida,
Respeito e respeitarei as leis do meu Pai que está no Céu.
Tudo me vem do Reino de Deus, que está dentro de mim.
Preciso e abaterei as Trevas! Nada resiste ao poder dinâmico!
Escuto a voz do silêncio e nenhuma escuridão é demasiada para a Luz Divina.
Sou abençoado pelo Senhor, que habita em mim.
Pelo pensamento, neste instante, vou controlar minhas forças mentais e vitais.
Nenhum pensamento negativo poderá entrar em minha mente,
Sempre levada pela minha vista mental, iluminada na Luz Cósmica!
Meu ambiente é um reflexo de minha mentalidade.
Recebo abundante energia do reservatório universal.
Meu organismo executa perfeitamente suas funções.
Os meus olhos, os meus ouvidos, entrego neste instante.
E pelo pensamento e somente em nome da caridade, Pelo amor fraternal,
sem prejuízo de qualquer perda espiritual, Entrego-me às forças
que separadamente governa O poder vital e divino do meu Senhor que está nos Céus!
Conscientemente tenho o governo, o poder destas rédeas,
Em todos os instantes da minha vida, o poder destas forças!
Sinto sempre as rédeas em minhas mãos.
O Altíssimo tem o seu templo em meu íntimo!
Minha maior ambição é o futuro progresso do meu espírito.
Nada resiste ao poder dinâmico do meu pensamento.
Preciso transportar-me para o benefício de meu irmão e transportar-me-ei!
Em breve serei libertado de todos os maus hábitos.
Nada resiste ao poder dinâmico!
Dentro de poucos instantes, chegarei à Mesa Oriental,
E minha vista mental alcançará a Luz Cósmica.
Sou senhor de minha atmosfera mental.
Vivo e ajo na absoluta fé que tenho no poder de fazer,
Em nome do Senhor, tudo quanto eu quiser!...
O amor e a chama branca da Vida residem em mim! Salve Deus!”
(Tia Neiva, 9.11.59, data do ingresso na Alta Magia, divulgado em 17/08/72)


PRECE LUZ

Ó, JESUS, ENSINA-ME O VERDADEIRO AMOR AOS MENOS ESCLARECIDOS!
FAZE-ME TOLERANTE NOS MOMENTOS DIFÍCEIS DE MINHA VIDA...
Ó, SENHOR, PERMITA QUE EU SEJA O JAGUAR MEDIANEIRO ENTRE O CÉU E A TERRA!
RETIRA, JESUS, OS MALES QUE RESTAM EM MIM PARA QUE EU POSSA RECEBER
OS MANTRAS DO SOL E DA LUA E TRANSMITIR A PRESENÇA DIVINA NA NOVA ERA...
ILUMINA, SENHOR, TAMBÉM A MINHA CONSCIÊNCIA,
PARA QUE SANTIFICADO SEJA O MEU ESPÍRITO ALGUM DIA!
EM NOME DO PAI, DO FILHO E DO ESPÍRITO! SALVE DEUS!


PRECE DOS MÉDIUNS (MÃE YARA - UESB)

SENHOR JESUS! PROSTO-ME AOS TEUS PÉS!
VENHO TE PEDIR O ALIMENTO DE MINHA ALMA, QUE SÓ TU PODES ME DAR!... DA-ME, SENHOR,
O QUE COMER, ALIMENTANDO-ME DE TEUS BANQUETES E DOS TEUS MANJARES...
PROMETO, SENHOR: O QUE ME DERES, DIVIDIREI COM MEUS IRMÃOS...
O MESMO MANJAR... O MESMO PÃO...
SENHOR! O REBANHO QUE TU A SETA BRANCA, TÃO DIGNO MENSAGEIRO, ENTREGASTES,
É O MAIS FELIZ REBANHO, QUE TUDO RECEBE DA TUA LEI E DO TEU IMENSO AMOR!
AO SENTIR-ME JUNTO A TI, SINTO ÂNSIA DE CHORAR AO LEMBRAR-ME DOS MEUS IRMÃOS,
LONGE DA LUZ DO TEU SUBLIME OLHAR...
POR TODOS OS SÉCULOS, JESUS, QUEREMOS TE ADORAR! SALVE DEUS!‘
(Transmitido por Mãe Yara - Maio/60)


PRECE DOS PEQUENINOS DE ASSIS

PAI NOSSO QUE ESTAIS NO CÉU, NA GLÓRIA DA CRIAÇÃO!
OUÇA ESTA HUMILDE ORAÇÃO DOS PEQUENOS LÁBIOS MEUS! SANTIFICADO SEJA O SENHOR!
SEJA O TEU NOME DIVINO EM MINHA ALMA DE MENINO, QUE CONFIA EM TEU AMOR!
VENHA A NÓS O TEU REINADO DE PAZ E MISERICÓRDIA,
QUE ESPALMA A LUZ DA CONCÓRDIA SOBRE O MUNDO ATORMENTADO...
QUE A TUA BONDADE, QUE NÃO EXITA E NEM ERRA,
SEJA FEITA EM TODA A TERRA E EM TODO O CÉU SEM FIM...
IRMÃOS DE TODA A TERRA, AMAI-VOS UNS AOS OUTROS!
IRMÃOS DE TODA A TERRA, AMAI-VOS UNS AOS OUTROS!
IRMÃOS DE TODA A TERRA, AMAI-VOS UNS AOS OUTROS... SALVE DEUS!


PRECE DE SABAH

EU ESTOU RODEADO PELO SER PURO, E NO ESPÍRITO SANTO DA VIDA, AMOR E SABEDORIA!
EU CONHEÇO A TUA PRESENÇA E PODER, Ó ABENÇOADO ESPÍRITO!
A TUA DIVINA SABEDORIA AUMENTA SEMPRE A MINHA FÉ NA VIDA E NA TUA PERFEITA LEI!
EU SOU NASCIDO DE DEUS, PURO DOS PUROS, E SENDO FEITO À TUA IMAGEM E SEMELHANÇA, SOU PURO.
A VIDA DE DEUS É A MINHA VIDA E COM ELE VIBRO EM HARMONIA E INTEGRIDADE!
O CONHECIMENTO DE QUE TUDO É BOM ME LIBERTOU DO MAL!
EU SOU SÁBIO, POIS EXPRESSO A SABEDORIA DA MENTE E TENHO CONHECIMENTO DE TODAS AS COISAS...
POR ISSO EU VIVO MEU DIREITO NA DIVINA LUZ, VIDA E LIBERDADE,
COM TODA A SABEDORIA, HUMILDADE, AMOR E PUREZA...
SOU ILUMINADO NAS MINHAS FORÇAS E VOU AUMENTANDO FORÇAS, VIDA, AMOR E SABEDORIA...
CORAGEM, LIBERDADE E CARIDADE... A MISSÃO QUE DO MEU PAI ME FOI CONFIADA!
EM NOME DO PAI, DO FILHO E DO ESPÍRITO! SALVE DEUS!


PRECE DE SIMIROMBA

Ó, SIMIROMBA, DO GRANDE ORIENTE DE OXALÁ!
NO MUNDO ENCANTADO DOS HIMALAIAS, FAZE A MINHA PREPARAÇÃO...
ILUMINA O MEU ESPÍRITO PARA QUE EU POSSA PARTIR, SEM RECEIOS,
NO AVANÇO FINAL DE UMA NOVA ERA!
FAZE EM MIM A VERDADEIRA FORÇA DO JAGUAR!
Ó, SIMIROMBA, DOS MUNDOS ENCANTADOS! EM BREVE ESTAREI SOBRE O LEITO
E JESUS, O SOL DA VIDA, TRANSMITIRÁ, POR MIM, OS MANTRAS PODEROSOS
PARA A LIBERTAÇÃO DOS VALES NEGROS DA INCOMPREENSÃO...
Ó, SENHOR, PARTIREI CONTIGO... NADA TEMEREI!

Retirado do Manual das Dharman Oxinto
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Palavras marcantes de Tia Neiva

· Deixe que a luminosidade divina ilumine o teu ser!... Feche os olhos físicos e abra os olhos do espírito, para que Jesus possa entrar...
· Cada criatura recebe de acordo com o que merece!
· equilíbrio moral é o princípio e o poder de todas as coisas.
· A Ciência e a Fé, distintas em suas forças e reunidas em uma ação para dar ao espírito do Homem uma regra que é a Razão Universal.
· Nada na vida acontece sem o despertar de um poder!
· Quando temos a missão de enxugar as lágrimas dos outros, não temos tempo para enxugar as nossas...
· No ciclo iniciático da Vida, ninguém é de ninguém... Na missão, no destino, alguém se liga a alguém.
· Não peço disciplina, porém harmonia e dedicação do espírito espartano que sabe marchar para a Vida e para a Morte com o mesmo esclarecimento do espírito da Verdade!
· chakra da Vida exige o equilíbrio da matéria. Sendo assim, os nossos Mentores se preocupam com nossas profissões e negócios, na medida do possível.
· Somos uma máquina a sermos burilados pelos nossos próprios destinos.
· Somente o Amor nos guia e nos testa a todos os instantes de nossas vidas cármicas.
· Sofremos o impacto da Vida e da Morte.
· Cada espírito se identifica na individualidade que o sustenta com seus fluídos.
· Homem sempre sabe o que tem ao seu redor.
· No Homem se acentua uma complexidade de coisas, efeitos incomparáveis, porém o mais terrível de todos é a vibração de pessoas irrealizadas.
· Cada indivíduo imprime certa modificação à sua aura, de conformidade, também, com suas necessidades de como ou onde vai reencarnar.
· A alma humana é o produto da evolução da força através do reino de sua natureza.
· mundo é um hospital onde a cura é a própria desobsessão.
· Cada indivíduo é um cenário diferente, porque age na sua individualidade.
· Cada aparelho sensitivo recebe a transmissão e transmite ao cérebro, que é o órgão da inteligência, a impressão de uma certa ordem de fenômenos.
· espírito que soube escolher sua mãe material tem mais condições, mais facilidade de se evoluir, porque toda evolução é amor!
· A sede do Amor está na alma.
· Só tomamos conta de nós nas coisas que caem em nossa individualidade, que remoemos junto ao coração.
· Toda obra humana, toda, sem exceção, cria no espírito a imagem do pensamento e só depois se materializa.
· Quanto mais evoluído o espírito, mais poderoso se torna o seu pensamento criador.
· A aura capta as forças pela ternura dos seus bons pensamentos.
· Há uma lei imutável, que nos cobra centil por centil!
· Decepcionar os outros é o mesmo que assassinar, matar as ilusões, os sentimentos dos que acreditam em nós!
· Quando chego no Templo ou nas horas de trabalho, esqueço de Neiva e passo a viver somente Tia Neiva.
· Só conhecemos que estamos evoluídos quando não estamos nos preocupando com os erros dos nossos vizinhos!
· A mente enferma produz o constante desequilíbrio.
· Amor tem três fases: o Amor Espiritual; o Amor Condicional, isto é, o amor equilibrado por um débito transcendental, amor pelas nossas vítimas do passado; vem, então, o amor construtivo, que é o Amor Incondicional.
· recalque é o sentimento dos que não têm capacidade de assimilar os seus conflitos.
· Ser honesto em todos os sentidos! Não se esqueça de que, por mais escondido que esteja, a sua sombra poderá ser vista!...
· A nossa responsabilidade é grande demais pelo compromisso que assumimos, nos Planos Espirituais, para sermos o socorro final nesta Nova Era.
· Irei sempre às matas frondosas do Xingu, em busca das mais puras energias para o conforto e harmonia da cura do corpo e do espírito e para o desenvolvimento material de vossas vidas...
· Não somos políticos. Porém, temos como obrigação obedecer às Leis e cumprir com dignidade o que nos regem os governantes de nossa Nação.
· Existe um céu espiritual ao nosso alcance!
· Sabemos que nossas vidas são governadas pelos nossos antepassados e que tudo vem do princípio doutrinário que nos rege.
· A consciência fecha o ciclo evolutivo da força psíquica sensitiva.
· Homem vive e se alimenta das coisas que Deus criou.
· Tenho que guiar esta nave espacial que é a Doutrina do Amanhecer...
· Junto a mim, na longa estrada, em direção à porta estreita, está comigo o Doutrinador!
· enigma do mundo tem, agora, um farol que brilha: o Doutrinador!
· Com um pouco de reflexão poderás concluir as mensagens e se souberes colocar esta candeia viva nos mais tristes recantos da dor, mais uma vez poderás aliviar e esclarecer os incompreendidos.
· espírito, na Terra, está sempre indeciso entre as solicitações de duas potências: sentimento e razão.
· A alma se revela por teu pensamento e, também, pelos teus atos.
· Jesus nos coloca como discípulo ao alcance dos Mestres.
· Todos nós temos um amor, um grande amor na nossa vida, que diz ser a nossa alma gêmea!
· Quando estamos em paz com a gente mesmo, nada nos atinge.
· Vamos equilibrar os três reinos de nossa natureza e pagar com amor o que destruímos por não saber amar...
· Deus fez o Homem para viver cem anos neste mundo e ser feliz no livre arbítrio.
· Assumimos o compromisso de uma encarnação e, juntos, partimos, não só pelas dívidas e reajustes como, também, pelos prazeres que este plano nos oferece.
· Estando no espaço e devendo na Terra, nos sentimos desolados e inseguros, porque estamos ligados pelas vibrações contraídas.
· A inveja e o ciúme são frutos da insegurança.
· Quanto maior for o conhecimento dentro da conduta doutrinária, quanto mais participarem dos trabalhos no Templo, mais confiança vão adquirindo e, assim, a insegurança vai acabando.
· Deve ser evitado o excesso de confiança, pensando A nossa pista é longa e, por cima dela, estamos a apagar os nossos rastros...
· Confio em vós outros na evolução desta Corrente, porque o Pai Seta Branca não segurou minha mão, nem mesmo nos primeiros passos de minha vida iniciática!
· Os fenômenos somente não nos esclarecem. Pelo contrário, nos trazem conflitos...
· A língua é o chicote do corpo!
· Só devemos falar quando há alguém que nos ouça e entenda: “Eu sou aquele que fala e cala quando deve”.
· Remontamos séculos, atingindo nossos ensinamentos e nossas heranças transcendentais,
· porque sabemos que tudo vibra e irradia neste Universo, onde tudo é força, é luz, é vida!...que nada mais tem a aprender, e cair no feio abismo da vaidade!
· Sempre que envergarem seus uniformes, suas indumentárias, devem deixar que a individualidade passe a conduzi-los.
· Vamos, mesmo que com esforço, nos tornarmos prestativos, cuidando de tudo e de todos com atenção e carinho, fazendo com que as pessoas se sintam bem com nossa presença.
· É preciso ter muito cuidado para não decepcionarmos os que nos cercam!...
· Negar a possibilidade de uma revelação divina, feita em diversos tempos e por diversos modos, é o mesmo que negar a tradição falada e escrita de todos os povos.
· A nossa alma sofre a falta do calor místico extrasensorial que repousa no centro coronário de nosso Sol Interior, nosso plexo.
· Pondera o chão sob os teus pés e verás que todos os teus caminhos serão retos!
Retirado do Manual das Dharman Oxinto


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Tiãozinho e Justininha

 

Salve Deus!
Meu filho Jaguar:
Em uma bela Fazenda situada no município de Ponta Porá, Estado do Mato Grosso, tendo como proprietário o Sr. Germano Perez, com sua esposa Dona Guiomar Perez e seus três filhos...
Sua filha mais velha, bela mocinha nos seus 14 anos de idade, cabelos compridos e louros, olhos negros “rasgados”; a bela jovem chamava-se Justininha Perez.
Ali vivia em completa harmonia esta honesta família. O Sr. Germano tinha grandes negócios de animais em criação de variável qualidade. Apesar de sua nacionalidade paraguaia, já sentia-se naturalizado brasileiro.
Em 1915, eu, Sebastião Quirino de Vasconcelos nos meus 18 anos de idade, filho de dois velhos fazendeiros de Mato Grosso, Joaquim de Vasconcelos e minha mãe, Dona Persínia Quirino de Vasconcelos. Meus pais muito me amavam, por ser eu firme administrador dos nossos bens...
Certo dia então, meu pai chamou-me e deu-me uma quantia em dinheiro dizendo:
- Meu filho, já tens um pouco de estudo e melhor seria para nós se não precisasse sair daqui. Porém, podias ir até Ponta Porá comprar uma partida de gado e soltar nestas invernadas. Esta é a melhor maneira de empregar o teu dinheiro. Dizem que na Fazenda Perez, tem um gado sadio e por bom preço. Sim meu filho, em breve casará e deves desde já cuidar do teu futuro. Vá meu filho, aproveita estas invernadas.
Três dias depois destes conselhos, equipei uma tropa de bons animais, com 5 vaqueiros armados com seus Bacamartes(1) de chumbo grosso. Sim, era muito perigosa aquela região, infestada de onças traiçoeiras... Levei também dois Comandantes, peritos em guiar boiadas e um crioulinho por nome Zeferino, de minha inteira confiança, pois o mesmo fora criado junto comigo fazendo nos considerar irmãos. Porém, eu era bem claro e ele pretinho como piche. Levamos cargueiros com apetrechos de cozinha. Com a bênção dos meus pais, as recomendações de minha boa mãe, partimos com destino a Ponta Porá.
Gastamos longos 20 dias. Ficamos conhecendo uma porção de lugarejos, onde parávamos para descansar os animais...
Muitas moças namorei na minha bela idade.
Então chegamos na bem formada Fazenda de criações. Ao chegarmos fomos recebidos por um senhor gordo, de aspecto bonachão. Veio ao nosso encontro dizendo ser o Sr. Germano. Mandou-nos entrar e deu ordens para nos servir o jantar. Depois fomos nos sentar na ampla sala de visitas, quando entrou uma mocinha com belas tranças, em sua graça angelical. O senhor Germano disse:
- Justininha, minha filha! Venha até aqui conhecer estes cidadãos. E, apresentando sua filha, nos disse em seguida: - Esta é a minha filha mais velha; ela, coitadinha, é muito acanhada e não gosta de festas, não sai de casa a não ser na casa de sua tia, muito sistemática esta menina. Todos pegaram sua mão em cumprimento. Porém, ao chegar diante de mim, olhamo-nos como se já tivéssemos nos visto em outras eras. Senti arrepios percorrerem todo meu corpo.
Depois de passar aquelas primeiras horas, o senhor Germano propôs com Dona Guiomar, que era também uma senhora muito alegre, dizendo:
- Vamos pegar os instrumentos e cantar até a hora de dormir. Todos apoiamos a boa idéia. Vieram alguns tocadores, chegaram também algumas mocinhas. Todos cantavam enquanto os donos da casa, muito alegres, serviam bebidas, doces, biscoitos...
Passado algum tempo, ouviu-se uma exclamação do velho fazendeiro ao deparar-se com sua filha Justininha ali sentada. Sim, pois não era seu costume permanecer em reuniões daquela espécie. O senhor Germano muito satisfeito com a transformação de sua filha, disse:
- Justininha agora vai cantar uma canção oferecida aos viajantes! Ela, muito acanhada, chegou perto de um violonista e começou:
Meu amor nunca chega
Eu me canso de espera
A garça branca me disse
Que ele não ia demorar

Papaizinho me consola
Garça branca vai buscar
Não é mentira do papai
Meu amor já vem pra cá
Todos batemos palmas. Era uma criança aquela bela criaturinha. Depois pediram que eu cantasse. Eu que já me sentia todo apaixonado pela bela Justininha, segurei o violão e comecei:
Morena minha morena
Morena dos sonhos meus
Lábios da cor de verbena(2)
Morena dos olhos meus
Deus por te fazer criança
Deu-te entre as flores mais belas
Dando tua alma de esperança
O teu olhar de estrelas
Quero dormir em teus braços
Aos gozos do coração
Minha alma assim não resiste
Com tanta ingratidão

No mar de tuas madeixas(3)
Quisera me naufragar
Teus olhos negros me matam
De singeleza sem par
Ao terminar todos vieram cumprimentar-me e o senhor Germano disse:
- Jovem! Tens uma bela voz. Acredito mesmo que deixou muitos corações apaixonados...
Hora de dormir, todos foram se retirando e eu fiquei ali junto de uma fogueira ainda meio acesa. Cheguei a distrair-me pensando: É verdade. Sempre sonhei com uma criatura como esta. Sinto mesmo ter matado toda a saudade que vivia alimentando sem mesmo saber por quem. E, com toda aquela paixão, continuava com meus pensamentos quando senti a presença de alguém chegando às minhas costas. Virei-me e qual não foi a minha surpresa... Ali estava ela com sua saia bem comprida, seus cabelos soltos a uma echarpe(4).
Senti fraquejar as pernas. Se não estivesse sentado, por certo teria caído. Ela disse: - Meu paizito mandou-me vir ter contigo, porque disse que tu és jovem de bela família e sente-se triste aqui entre nós. Depois com uma “falinha” angelical continuou: Sabe senhor Sebastião, eu quero que o senhor cante novamente aquela canção, gostei tanto! E escondendo seu lindo rostinho perguntou: - Foi para mim que o senhor cantou? Se foi para mim, recite-a agora, sem música, quero ouvi-la novamente.
Eu que não tirava os olhos daquela pequena fada, disse: - Dona Justininha, a senhora quando cantou, disse que seu amor estava longe, porém já vinha para ti, é verdade que ele existe e que teu pai bem o conhece? Responda-me porque eu a amo e quero que seja minha esposa. Ela sorriu e respondeu:
- Não, não! Eu não tenho nenhum amor... Sinto uma grande saudade, que eu mesma não sei de quem, só sei que ele existe e um dia chegará e me levará para longe daqui. E, virando-se para mim, perguntou: - O senhor vem de longe, muito longe?
- Sim! (Respondi e perguntei) – E tu, tens coragem de casar-se comigo e juntos irmos embora?
- Sim, sim! (Respondeu ela) – Se és tu o meu amor, casar-me-ei e partirei; isto é, se papaizito e mamãezita consentirem. (e concluiu) – É verdade! Tu cantaste para mim. Porém não gostei, porque parecia que olhavas com ternura para Marinalva, aquela sirigaita(5) que eu não suporto... E tu também bateu palmas quando cantou a Maura. Sabe? Não gostei. Fiquei um pouco sem graça, quase com raiva e não quis mais cantar. Eu que já ia cantar uma canção tão linda para você. (e concluiu com firmeza) quando você quiser alguma coisa, peça para mim que eu mesma virei trazer-te. Pode dirigir-se a mim, ouviu? Não precisas pedir nada as outras moças. Eu mesma o atenderei.
E ao ouvi-la, pensei: Como é singular esta moça! Cada vez mais me sentia apaixonado por aquele anjo. Disse-lhe então: - Justininha, nada quero com estas moças. Estou apaixonado por você e quero casar contigo se teus pais consentirem. Amanhã irei embora, e marcaremos um dia para eu voltar e pedir-te em casamento...
Logo depois chegou o senhor Germano dizendo: - Meu rapaz, estás de parabéns, porque minha filha bem parecia um bichinho e, no entanto, pelo que vejo tornou-se sua amiga. Parabéns meu jovem, parabéns.
Sorri como resposta e fomos dormir.
No outro dia bem cedo, entramos em negócio do meditado gado, fiz o devido pagamento, juntei meus empregados e tudo ficou pronto para partir. Na hora da despedida, fui ter com os velhos. Senhor Germano contou-me então que tinha muitos anos ali e que sentia vontade de passear um pouco com a família. Foi então que ofereci nossa casa, ficando marcado assim: Logo que pudessem iriam passar uns dias conosco em nossa fazenda. Justininha veio ao curral despedir-se de mim. Disse-lhe que logo eles conheceriam também os meus pais. Ela saiu chorando e eu senti algo atravessar minha garganta a sufocar-me. Parti com meu povo, levando o gado que contava 500 cabeças. Passávamos por outros lugares, porém eu não tinha mais alegria. Meu coração ficara ao lado da pequena paraguaia. Os meus companheiros riam-se de mim dizendo: - A paraguaia parece que prendeu o coração do patrãozinho! Os outros sorrindo confirmavam: - É verdade, pelo que vemos vai ter festança em breve. E continuavam brincando comigo.
Na verdade eu já sentia ânsias de gritar aquele amor que me sufocava o peito. Notei então, que Zeferino estava como eu. Sentindo vontade de saber a causa de sua tristeza, fui ter com ele e ficando nós dois a sós, perguntei-lhe o que estava acontecendo. Ele baixou a cabeça e disse quase a chorar: - Tiãozinho, é verdade, gostei daquela crioulinha por nome Tianinha, que foi criada com Dona Guiomar. Não sei Tião, mas se eu não me casar com ela, morro de paixão. E sei que ela também morre.
Eu que tudo escutava fiquei boquiaberto. Resolvi então contar a minha situação pela linda paraguaia, e animei-lhe dizendo que tudo faria para vê-lo feliz. Ele ficou tão alegre que agarrando-se ao Bacamarte, mirou ao alto disparando um tiro de salva ao nosso colóquio. Sob o impacto do estampido, tivemos tanto susto que quase caímos de costas. Depois sorrimos ao vê-lo alegre a dizer: - Vou me casar com Tianinha, vou me casar! Convido a todos para o meu casório...
Depois daquele descanso, seguimos novamente nossa viagem.
Assim, sofrendo e brincando chegamos em casa. Minha mãe e meu pai já estavam preocupados e saudosos. Fizeram grande festa à nossa chegada. Fui então ter com Martinha, minha antiga namorada a qual muito surpreso me deixou. Nos meus dois meses de viagem, ela ficara noiva de outro...
Nos dias mais calmos eu ia contando aos meus pais tudo o que se passara na viagem, em casa do senhor Germano e até mesmo como nos tratou o bom senhor. Cheguei a contar que Zeferino pretendia casar-se com a Tiana, contando mesmo todos os pormenores. Meus pais ficaram então simpatizando com a tal família, a ponto de desejar sua visita.
Passara-se um ano e eu já não tinha paz de espírito, senão pensar na minha bela paraguaia. Zeferino começava a perder as esperanças. Foi então que chamei meus pais e pedi que mandassem um portador com um convite ao senhor Germano para vir passar o Natal conosco. Logo o mesmo partiu e ficamos à espera. Passados alguns dias, chegou a notícia que chegava toda a família Perez.
Eu estava em um dos currais quando quase sem fala, chega Zeferino correndo e agarrado em meus braços gritava e pulava: - Chegaram! Chegaram! Ela já estava lá em casa. Saí também correndo. Ao longe já se viam os animais parados à porta. Foram dias de grandes festas, os velhos ficaram muito amigos e tudo era alegria. Alguns dias depois foi celebrado o casamento de Zeferino e Tiana. Um mês depois também o meu. Ela vestida de noiva parecia o símbolo da pureza, porém os seus ciúmes eram os mais engraçados possíveis, todos riam dela.
Fomos morar em um retiro perto da sede da fazenda. Lembro-me bem que já estávamos com dois meses de casados e em uma das vezes que fomos visitar os meus pais, lá encontramos umas moças, minhas primas que vieram de Parnaíba visitar-nos. Justininha, ao vê-las ficou com raiva, dando suas birrinhas. Tive então que retirar-me dando desculpas, que não podia ficar ali por motivo de visitar Zeferino. Quando já íamos saindo minhas primas vieram ao meu encontro pedindo que não fosse. Porém, Justininha ergueu-se com um gestinho altaneiro e disse:
- Respeite, ouviram? Ele é meu esposo e quem manda sou eu. Por isso Sinhás Corujas, cheguem perto pra ver...
Depois, virando-se para mim falou: - E você, não gostou?
Fui até onde ela estava, peguei-a nos braços e dei-lhe um beijo, sorrindo daquela cena.
Sim, meus irmãos, quando amamos verdadeiramente, quando estamos com nossa alma gêmea, estamos com a mais doce das mulheres, e em geral aquelas são, aos nossos olhos as mais divinas e belas, originais! Por este amor perdoamos tudo, em recompensa do que nos traz. Éramos eternos namorados, porém seus ciúmes continuavam. Eu bem compreendia, a ponto de achar graça nos seus tão infantis caprichos. Já estávamos com cinco meses de casados quando resolvemos passear na casa de minha tia, onde eu estudara.
Tudo combinado, partimos. Todos em casa gostaram da idéia.
Com todas as recomendações dos velhos seguimos em direção à cidade de Parnaíba. Ao avistar o grande rio senti medo; porém nada disse. Entramos naquela embarcação, em meio ao rio senti que não estávamos seguros e segurei em meus braços o meu amor...
Senti a morte; porém, o resto foi tão repentino que não posso bem descrever. Depois desta perturbação escutei o grito de Justininha que me dizia:
- Tiãozinho! Saia de perto dessa Coruja. E virando-se para uma moça que estava ali junto, continuou: - Saia de perto do meu esposo, Sinhá Coruja! Ele é meu esposo, viu?
Vimos então, que a moça olhava ao longe aquela fatal Chalana(7). Sim, a Chalana que acabava de afundar nas águas do Parnaíba. Depois escutamos gritos de desespero... Olhamo-nos e bem compreendemos que não éramos mais deste mundo exterior. Sim, ali esperamos algum chamado para outras moradias.
Depois de algum tempo assistimos quando chegaram os nossos restos mortais. Justininha tudo reparava e ria achando graça de tudo. Porém, se alguma moça dizia qualquer coisa a respeito do meu cadáver, ela brigava e dizia coisas que me faziam rir. Tudo ali era novidade e motivo de riso para nós. Começava a escurecer e então comecei a temer. Que devia fazer? Ela parecia um passarinho, continuava junto a mim. Era o que me preocupava, sua inocência e sua confiança em mim a tirava de qualquer pensamento mau. Chamei-a e disse:
- Justininha! Somos Espíritos e o Mundo dos Espíritos me parece ser outro longe daqui. Vamos pedir a Deus para que nos mande um Guia seu, para bem nos guiar, pois não sabemos o caminho e temos que chegar até lá.
Ela começou a rezar a ladainha de Nossa Senhora. Eu sabia apenas a Ave Maria, que minha tia havia ensinado. Chegou então um Fidalgo(8) que disse chamar-se Netuno; porém, tivemos medo e não queríamos acompanha-lo e então, começamos a sofrer de um lado para o outro. De quando em vez, nos apareciam aqueles Espíritos que mais pareciam bichos(9), vinham tentando nos agarrar, porém nós começávamos a chamar por Deus e na mesma hora eles se afastavam.
Já estávamos cansados de tanta perseguição, quando chegou novamente o Fidalgo e nos disse:
- Meus filhos! Sempre fui protetor de vocês e no entanto temem, pois se esqueceram de mim. Agora, escutem o que vou dizer-lhes... Nisso ia passando um casal de encarnados e ele então confirmou: - Sim! Vocês são Espíritos! Vou dar-lhes mais uma prova. Vá Tiãozinho, pegue Justininha e passem por eles, falou apontando o casal. Sim, lembro-me, passamos por eles, o casal apenas revelou sentir arrepios e continuaram caminhando. O período que passamos vagando começara a nos deixar em dúvidas quanto a termos ou não desencarnado.
Voltamos então ao nosso Instrutor e o mesmo disse:
- Agora vamos até onde está aquele pequeno grupo de senhores. Era um grupo de homens que conversavam animadamente sobre seus negócios materiais. Passaram-se alguns minutos (nós entre eles) e começaram a sentir-se mal. Um queixava-se de sua enxaqueca, outro dizia estar sentindo um grande peso nas costas... Enfim, se foram deixando-nos a sós. Eu então perguntei a causa daqueles transtornos naqueles senhores, que antes de nossa chegada pareciam nada sentir. Ele sorriu e nos disse:
- Quando vocês passaram pelo casal, tanto quanto em meio aos senhores, lhes foram fornecidos os necessários fluídos(10), força vital. E levando-nos a um certo lugar(11), continuou: Agora procurem ver o quadro dos seus feitos...
Foi então que tudo se clareou para nós. Não tivemos mais medo do nosso Protetor, e seguimos a um Plano de Readaptação(12).
Passamos então sob as exigências da Hierarquia Espiritual.
Hoje, após várias Missões, inclusive em nosso lar(12). Agora aqui estamos, integrados à Missão do Grande Seta Branca. Somos também Jaguares, junto a vocês, Mestre Sol e Mestre Lua, Doutrinador e Apará...
Salve Deus.
Com carinho,
A Mãe em Cristo Jesus.
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Notas do Texto
(1)   Bacamarte - Antiga espingarda de cano curto e largo;
(2)   Verbena – Espécie de flor vermelha;

(3)   Madeixa – Porção de cabelo, mecha, trança;

(4)   Echarpe – Faixa de tecido que as mulheres usam como adorno;

(5)   Sirigaita – Mulher que sacoteia muito. Ladina. Tem resposta para tudo;

(6)     Chalana – Pequena embarcação de fundo chato, costados verticais, proa e popa finas e iguais, usada no tráfego de pequenos rios e igarapés;

(7)     Fidalgo – O Mentor Espiritual se apresentou ao casal com tipo de roupa (Indumentária) que lembrava Fidalgos na terra;

(8)     Pareciam bichos – Espíritos Sofredores adoecidos, deformados;

(9)     Fluídos – Fluído Magnético Animal, Força Vital, Ectoplasma;

(10)     Um certo lugar – Tiãozinho não citou o nome, mas, são vários “pontos” no espaço com esta função, no caso da “nossa região” atual, essa espécie de contato é realizada num local por nome “Pedra Branca”. Lá o Espírito recém desencarnado fica normalmente 07 (sete) dias, onde tem contato com imagens daquilo que fez e, sobretudo, do que deixou de fazer quando encarnado;

(11)     Plano de Readaptação – (Nosso Lar) Importante Casa Transitória do Mundo Espiritual, similar ao Canal Vermelho (Plano de Readaptação). Há inclusive uma obra literária muito conhecida, sob o mesmo nome, editada por Francisco Cândido Xavier, ditada pelo Espírito André Luiz;

(12)     Tiãozinho e Justininha – Com o início da missão de Tia Neiva, Tiãozinho recebeu incumbências junto a ela, principalmente devido aos laços espirituais que os unem há séculos. Manifestava-se através da Clarividente de maneira alegre e simples, falando numa linguagem natural do interior de Mato Grosso, aparentemente simplório. Todos ficavam à vontade e ele alegremente ia proporcionando Mensagens, profundas lições de amor, batendo palmas, manipulando... Em Capela (*) seu nome é STUART, um Engenheiro Sideral. Tem o Comando de sua própria Nave (**) e é responsável pela “Torre de Desintegração”(***). A história registrada nesta pequena obra, narra sua última encarnação neste planeta, quando reencontrou-se com Justininha, sua Alma Gêmea, e pouco tempo depois do casamento, morreram afogados no naufrágio de uma balsa.

(*) Capela – Planeta Mãe, Origem;
(**) Nave – Nave que vem de Capela (Amacês, Estufas, Chalanas);
(***) Torre de Desintegração – Localizada “num ponto do espaço”, onde tanto os Espíritos (Capelinos) quanto suas naves, por ali passam, desintegram sua condição molecular natural, passando para “Matéria Etérica”, assim operando entre nós.


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O rosário de Pai João

O rosário representa uma corrente, com pedras unidas, e no Templo do Amanhecer podemos ver, sobre os Tronos Amarelos, preso ao teto, o Rosário de Pai João, em que cada uma das contas representa um elemento da Falange dos Enoques, formando a Corrente dos Abnegados Pretos Velhos.


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Povo das Águas

Com muito poder e muita ternura, esses grandiosos espíritos que formam um Raio de Olorum (*) - o Povo das Águas - fazem a limpeza das auras e o fortalecimento dos plexos, equilibrando-os, além do trabalho desobsessivo.
Dividem-se em três categorias:
o Povo de Cachoeira, que habita nas cachoeiras e corredeiras das águas;
as Sereias, que habitam os rios e lagos de água doce; e
o Povo das Águas, que vive nos mares e oceanos.
Todos estão sob o comando de Mãe Yemanjá e fazem poderosas manipulações na força das contagens e nos trabalhos da Estrela Candente. Somente após a sua Elevação de Espadas tem o médium condições para manipular a energia projetada por este Povo.
  • “Mestres Luas, Aparás, vejam a maravilha que está acontecendo naquela Estrela Candente! Uma maravilha deste século - as Sereias! Elas não falam. Só emitem ectoplasma, só emitem Luz. Elas não vêm para orientar o Homem em sua conduta. Elas já encontram todos com uma conduta perfeita... Assim somos nós, Aparás!”
(Tia Neiva, 27.6.76)


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Pedra Branca

Após desencarnar, depois de retirar todo o magnético animal do corpo, o espírito é levado, por força magnética, para o primeiro ponto de contato com o Plano Espiritual: Pedra Branca, onde ficará por tempo correspondente a sete dias terrestres.
Pedra Branca é um local onde estão muitos espíritos, na mesma situação de desencarnados, mas não se vêem, isolados totalmente uns dos outros pelo neutrom, ocasionalmente ouvindo vozes, sermões e mantras, muitos sem terem consciência de seu estado de desencarnado.
Ali, o espírito tem oportunidade de fazer reflexões, avaliar sua encarnação como se, em uma tela projetada em sua mente, passasse toda a sua jornada detalhadamente. Vê as oportunidades que lhe foram dadas; as boas ou más coisas que fez;  o que havia se comprometido a fazer, antes de reencarnar, e o que cumpriu; o que deixou de fazer!
Exceto para espíritos de maior grau de evolução, ao sair de Pedra Branca, após o sétimo dia terrestre,  o espírito necessita energia animal, para prosseguir até o Canal Vermelho (*), e isso é obtido por sua condução à Mesa Evangélica.
Um depoimento prestado por um recém-desencarnado é muito ilustrativo: veja em DESENCARNE.
Existe um ponto, junto a Pedra Branca, para onde são conduzidos espíritos desarmonizados e que precisam recordar sua jornada: Atalaia (*)
  • “De fato, Tia, tentei me levantar de Pedra Branca, de onde estava, mas acredito que nem o super-homem o conseguiria.
Foi então que me passaram pela mente minhas faltas, na concentração daqueles dias. Senti imensa frustração pelo que havia feito.
Interessante, Tia, que eu não senti tanto pelo que fiz, mas, sim, pelo que deixei de fazer. Quantas pessoas a quem deixei de ajudar, e as quais desprezei!
Ia deixar, agora, a Pedra Branca, porque foram sete dias dentro de mim mesmo.”
(Tia Neiva, 30.11.75)


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Padrinho

Tia Neiva dizia ser a mãe do Doutrinador, logo, como pai, embora com a polaridade negativa de Ajanã, está, neste planeta, o padrinho, cuja principal função é a de substituir a figura paterna, tornando-se um espelho para aquele que lhe coube como afilhado, dando exemplo dignificante por sua conduta doutrinária e consciência desta função.
Quando um espírito se compromete com outro como padrinho, ele tem a responsabilidade de levar o amor e a evolução àquele afilhado, principalmente pela harmonia e dedicação nos trabalhos da Doutrina do Amanhecer.
O padrinho tem como função a proteção e a manipulação de forças que estão agregadas em um feixe especial, que incide no plexo solar do afilhado, proporcionando a este as condições para maior harmonia e perfeito equilíbrio de sua energia mental.
Para isso, porém, o Ajanã padrinho tem que estar em ampla sintonia com os seus próprios Mentores, o que exige a correta conduta doutrinária e a permanente busca de conhecimentos e da manipulação de forças, o que irá proporcionar a formação de forte elo com seu afilhado Doutrinador, construindo verdadeira couraça protetora das ações de cargas negativas e de irmãozinhos das Trevas.
O padrinho deve estar, permanentemente, em perfeito equilíbrio com seu afilhado, gerando, entre eles, correntes energéticas de forças centrífugas e centrípetas, que criam movimentação dos campos magnéticos, ampliando a movimentação dos vórtices dos chakras, propiciando renovação das forças vitais e extracósmicas, atuando diretamente na potencialidade do padrão vibratório tanto do padrinho como de seu afilhado.
Com o feixe energético positivo do Doutrinador e o negativo de seu padrinho Ajanã, é composta corrente desobsessiva de elevada intensidade, capaz de alcançar e influir beneficamente em entidades do Vale das Sombras, mesmo nas de grande hierarquia, conseguindo grandes libertações de espíritos cativos em cavernas.
Não sofre qualquer interferência dos espíritos das Trevas aquele que está sob a guarda de seu padrinho, porque é formada uma proteção magnética que permite o total isolamento dos dois, juntando seus campos magnéticos e vibrando o amor luminoso, em harmonia como seus Ministros e Cavaleiros.
O padrinho tem que ter consciência de que deverá estar apto a completar o grande feixe de forças necessárias para a evolução e condução de um espírito a caminho de Deus, o Doutrinador que lhe foi confiado.
O padrinho de um Arcano deve ser do mesmo Adjunto de origem. Caso não o seja, deixará de emitir com o Ministro anterior e passará a emitir no Ministro do afilhado.
  • “As lutas, as constantes guerras dos exus, eguns, são terríveis.
Existem espíritos que já subiram para o sono cultural, isto é, tiveram a graça de serem retirados das Trevas por um padrinho.
Sim, quando estamos em dificuldade, chamamos por nosso padrinho e ele, somente ele, pela graça de Deus, pode colocar seu afilhado no grau de sua evolução.
Devemos admitir, então, que entre o afilhado e seu padrinho tudo pode acontecer. Tudo, inclusive uma mudança estrutural benéfica.” (Tia Neiva, 14.8.84)


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O Aledá

O Aledá, no Templo, é a parte posterior da Pira, onde mestres e ninfas fazem entrega das forças por eles trazidas da Estrela Candente e  do Quadrante, e é onde Pai Seta Branca incorpora para dar sua bênção. Ali fica o comando do trabalho do Leito Magnético. Também é no Aledá que se fazem outras consagrações, tais como Elevação de Espadas e de Centúria e os Casamentos. O cortejo da Cruz do Caminho por ali passa, e a Divina é coberta com o véu e recebe as atacas, passando a receber a projeção de Mãe Yemanjá.
É, também, Aledá um ponto de concentração e cruzamento de forças, onde o Jaguar manipula as energias de que dispõe, e corresponde a um altar. No Aledá o Jaguar recebe as  forças de seu Povo, de seu
Ministro, de sua Princesa, de seu Cavaleiro e, se for  uma ninfa, de sua Guia Missionária e de sua falange missionária. No Aledá foram feitos os velórios de Tia Neiva (14 e 15 de novembro de 1985) e do Trino Arakém, Mestre Nestor (2 e 3 de outubro de 2004 ).
O Aledá é o ponto de encontro com a Espiritualidade, como se transmitisse, para si e para o seu lar, o poder de uma cassandra (*). Pela sintonia e harmonia, o Jaguar forma o seu Aledá emitindo, nos horários precisos - 12, 15 e 20 horas:
O SENHOR TEM O SEU TEMPLO EM MEU ÍNTIMO! NENHUM PODER É DEMASIADO AO PODER DINÂMICO DO MEU ESPÍRITO! O AMOR E A CHAMA BRANCA DA VIDA RESIDEM EM MIM!
Aplicando esta chave, recebe toda a energia que merece, projetada pela Amacê da Estrela Candente (*), mantendo-o como um Sétimo do Reino Central.
Para o Aledá em seu lar, deve escolher  local tranqüilo, fora de um dormitório, onde o mestre ou a ninfa possa se concentrar e trabalhar quando  necessário.
Pela grande concentração de forças que pode alcançar em seu Aledá, o Jaguar pode fazer manipulações de energia em seu próprio benefício ou de irmãos encarnados ou desencarnados, inclusive fluidificar a água.
Todavia, o primeiro e principal Aledá deve ser erguido no coração do Jaguar, com amor, humildade e conduta doutrinária (*), para que possa ter condições de manipular eficazmente todo o poderoso feixe de energias que a Espiritualidade coloca a seu dispor, para atender na Lei do Auxílio.
No Aledá pode-se fazer o ponto de força  conforme explicação de Koatay 108: “Ponha uma toalha branca em uma mesa, acenda uma vela, ponha um copo de água , seu talismã, sua cruz e um pequeno defumador. Faça a Prece de Simiromba, sentindo com amor a presença dos Mentores e, em Jesus, processe a sua cura, a cura desobsessiva.(...) Se coloque neste pequeno ritual e faça sua cura. Se um Preto Velho quiser baixar, poderá fazer o seu Aledá. Agradeça a Deus, com amor!” (Tia Neiva, 13.10.83)
“Se eu tiver - EU - 7 Raios na Linha de Koatay 108, em minha linha decrescente autorizada, crio, aos poucos, a minha estação, o QUE É MEU, o que cabe, por Deus, aos meus esforços, ao meu amor, ao meu plexo em harmonia. Isto é o meu pequeno ALEDÁ, que servirá aos meus dependentes num mesmo conjunto de forças.
Um só Aledá, de pequenas estações, na proporção do meu amor e na harmonia dos três reinos de minha natureza, que é o meu SOL INTERIOR. Na conjunção de um Adjunto, vou também emitindo e edificando a minha estação, o meu Aledá.
Por que - podem perguntar - somente um Adjunto consagrado em seu povo decrescente? Porque somente um povo decrescente consagrado em uma força  poderá emitir a sua energia no que É SEU! Digo, no posto, na legião originalizada, na amplidão do que é seu, o seu Aledá, o seu Terceiro Sétimo.” (Tia Neiva, 9.10.79)


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Mãe Yara

Mãe Yara
“Mãe Yara é um grandioso espírito de Luz que teve importância fundamental desde as primeiras manifestações mediúnicas de Mamãe, e é a responsável pelo desenvolvimento dos Doutrinadores. Inicialmente, usava uma roupagem de uma encarnação milenar, na qual havia ficado paralítica. Apresentava-se em uma cadeira de rodas, como uma senhora de porte elegante, muito digna, que logo de início cativou Mamãe, inspirando a confiança, de que tanto necessitava, naqueles primeiros anos de compreensão dos fenômenos mediúnicos, que a levariam à descoberta de sua missão. Em seu conflito, Mamãe – que ainda não aceitava a vidência – passou a interessar-se pela linda senhora, a quem carinhosamente chamava de “Senhora do Espaço”. Estabelecido interesse, Mãe Yara passou a narrar uma das suas encarnações, com o nome de Adelina, passando grandes lições, que muito vieram contribuir em seu desenvolvimento mediúnico. Mais tarde, revelou que era alma gêmea do grande Cacique Tupinambá (Pai Seta Branca) e hoje, sem dúvidas, podemos considerá-la a “Madrinha do Doutrinador”.
“Calma, Neiva! Não se esqueça de que, na vida, quando você está esperando o Céu, a Terra está esperando por você. Sim, filha, antes de você subir ao Céu, terá que baixar na Terra. Não queira que as pessoas pensem como você. Seja imparcial no seu raciocínio e nada aceite sem entender. Não se esqueça de que ninguém possui a verdade total!” (Mãe Yara)


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As obrigações de um Adjunto!

“Filhos, jovens Adjuntos Koatay 108! Adjunto é um governo. Ele governa pelo amor e pela justiça, dando-se a cada um segundo as suas obras. Se o Adjunto irradia amor, ele entra no Primeiro Ciclo; se ele emite o seu desequilíbrio, afasta-se do Ciclo.(...).
Sim, meu filho, Adjunto Koatay 108: há três graus de hierarquia, como há três portas no Templo! Há três Raios de Luz, há três Forças da Natureza. Estas forças são governadas pela Justiça e pela Ordem, dando a cada um segundo as suas obras. O Templo é a realização da Verdade e da Razão sobre a Terra. Por ele o Homem domina a Ciência e, pela Sabedoria, emana seus conhecimentos. O teu padrão, meu querido Adjunto, é o princípio e o fim de tua obra, de tua missão!
Entenda, filho, que havendo à tua frente três hierarquias, três raios de forças desiguais, tu só as manipulas pelo teu sábio comportamento, isto é, as forças vêm ou chegam cruas para serem preparadas e distintamente manipuladas.(...)
Filho, na Lei do Auxílio, quando não conhecemos as Ciências Ocultas, por estar na Linha da Caridade, achamos que nada nos acontece. Nem tanto, filho. Juramos uma Ciência, e nada acontece sem razão. A Ciência Oculta é indispensável no teu caso, meu filho Adjunto, para melhor esclarecer a Ciência da vida fora da matéria.(...).
Meu filho Ajunto Koatay 108: sem a pretensão de te fazer um monge ou um robô místico, vou te descrever as pequenas obrigações de um ATIVO ADJUNTO:
· Tornar-se um perfeito cavalheiro e aprender a dar o devido respeito aos outros.
· Não passar simplesmente de um religioso acomodado nas maravilhas do misticismo.
· Aprender a ser tolerante, mesmo diante da provocação dos seus colaboradores.
· Seguir os princípios do Santo Evangelho e de suas revelações, fixando-se nas comunicações reveladas.
· Não causar ansiedade para os outros pelas ações de teu corpo, pelos pensamentos de tua mente ou por tuas palavras.
· Não se identificar falsamente com grosserias, fazendo-se de melhor, abusando de tua autoridade.
· Não se apegar a nada que te faça sofrer.
· Procurar assumir teu compromisso de família com amor, mesmo à distância dos mesmos, ou quando, por incompatibilidade, te afastares da esposa e dos filhos.
· Discernir entre o que é importante e o que não é; ser firme como uma rocha quando à tua frente tiver que decidir entre o Bem e o Mal. Esforçar-se para averiguar o que vale a pena ser feito, não usando, em vão, as tuas armas.
· Não entregar tua alma à fatalidade, que é a verdade infernal, possessões da fatalidade das almas enfraquecidas, sem fé em Deus. Estamos com duas espadas com que podemos nos defender. Filho, o segredo das Ciências Ocultas é o da Natureza mesmo. É o segredo da geração dos Grandes Iniciados e dos mundos de Deus. Os grandes talismãs da Vida, a substância criada, é chamada ATIVIDADE GERADORA. A manipulação do fogo na mirra, sal e perfume.
· Evitar a disciplina relacionada com os outros. Lembra-te, sempre, que enquanto tiveres um corpo material terás que enfrentar as forças do teu plexo físico: nascimento, velhice, doença e morte. Não devemos pagar nada além das necessidades da vida física.
· E, para melhor servir em tua hierarquia, criar uma personalidade em frente das três portas da Vida Iniciática, sem ironia, com distinção do que respeita, amando!”

assneiva           
17.5.78

“O Adjunto tem por obrigação registrar em sua Lei um Retiro, que seja evangelizado e comandado por ele mesmo, pelo menos uma vez por mês, razão pela qual um Adjunto é um médium perfeito. Para ser perfeito, é preciso conhecer a Lei do Auxílio em todos os ângulos, pois o mestre que não comanda o seu Retiro perde a sequência de sua sintonia direta.
O mestre não pode se ausentar das constantes sintonias diversas, como também, sendo um Adjunto, torna-se um mau exemplo para um componente.
O Adjunto tem que ser completo em todos os setores. Apesar de suas obrigações nos trabalhos, deve escolher um dia para realizar o seu Retiro.
Filhos, hierarquia foi do que avisei! Somente o Adjunto pode remover seus mestres e promover eventos, ou, sabe Deus, o que lhe convém. Em iminência de fatos contrários à Doutrina, princípios sociais do Templo ou na conduta doutrinária, os Trinos Presidentes estão autorizados por mim, na figura de Koatay 108, a impedir ou mudar uma ordem de um mestre Adjunto.”
assneiva


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Abertura dos trabalhos

A Abertura da Corrente Mestra e dos Retiros e Trabalhos Oficiais está no Livro de Leis. Ressalte-se, apenas, a importância do fiel cumprimento dos horários, e, especialmente, a poderosa energia que é trazida pela Corrente Mestra, destinada à perfeita realização de todos os trabalhos.
A preparação do médium é, não raro, confundida com “abertura” do trabalho. Sempre que houver uma reunião de mestres e/ou ninfas para tratar de assuntos doutrinários, ou para a execução de um trabalho especial, deve-se ter o maior cuidado com a sua abertura. No Livro de Leis temos as CHAVES para abertura e encerramento dos trabalhos, que devem seu usadas com precisão. Iniciando, antes de se fazer uso de uma chave, deve-se proceder à harmonização do grupo, acalmando os ânimos e buscando a ligação com os Mentores de cada um, pela mentalização, pelas palavras apaziguadoras e direcionamento das energias mentais de cada um dos presentes para o equilíbrio do grupo.
Caso não seja preciso usar uma chave de abertura de trabalho, de qualquer forma uma abertura se faz com a harmonização e emissão de um a três dos participantes e, pelo menos, um Pai Nosso. Com isso se consegue erguer eficaz proteção magnética para o grupo, além de reforçar a presença dos Mentores para iluminação do evento.
Ao terminar, procede-se ao encerramento, com agradecimento por tudo que foi recebido e transmitido. Pode, conforme a situação, ser feita uma Contagem ou a Prece de Simiromba, com três elevações, ou, se for o caso, usar apenas a chave para o encerramento.
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O Vale do Amanhecer - por Mrs.Carmen Luisa Chaves Cavalcante

 O Vale do Amanhecer e as Configurações de um Mito em Códigos Verbais, Cinéticos, Visuais e Sonoros.

Mrs.Carmen Luisa Chaves Cavalcante

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - Brasil


1.  Sobre o Vale do Amanhecer

A comunidade religiosa do Vale do Amanhecer tem um forte apelo milenarista e é marcada por um intenso hibridismo religioso. Fundada em 1968 e localizada a 6 km de Planaltina, cidade satélite de Brasília, teve sua criação diretamente associada à vida da sergipana e ex-caminhoneira Neiva Chaves Zelaya, mais conhecida como Tia Neiva, e às supostas aparições de uma entidade indígena chamada Pai Seta Branca, seu mentor espiritual.
Em 1957 Tia Neiva, de acordo com os adeptos, passou a ver e ouvir espíritos. Um cacique enfeitado com plumas brancas e falando espanhol foi o primeiro a se manifestar. Identificando-se como Pai Seta Branca, essa entidade estaria a serviço de uma grande missão aqui na Terra. Uma vez que não mais poderia encarnar, teria escolhido Tia Neiva como sua substituta na criação de uma doutrina que, através da prática da cura espiritual, iria preparar a humanidade para a chegada do terceiro milênio. Época em que não existiriam dor e sofrimento.

2.  Pai Seta Branca e o mito fundante da comunidade           

Pai Seta Branca é uma presença constante na história do Vale do Amanhecer. Nas narrativas míticas dos fiéis, é considerado um “espírito de luz”, “um espírito que se alimenta das energias do ‘céu’”. Possui atributos divinos e é identificado como “algo único e ímpar, criado por Deus, o qual um dia na eternidade iniciou uma trajetória, tornou-se ‘impuro’ e, fazendo um retorno elíptico, ‘voltou’ para Deus” (Álvares, 1991b: 7).
Sobre os modos como se deram a suposta remissão de seus atos impuros e conseqüente consagração nos planos espirituais superiores, ou Astral Superior, pouco se sabe. O importante para os adeptos é que, após tornar-se um espírito iluminado, Pai Seta Branca teria vindo a Terra repetidas vezes, sempre na condição de executar sentenças divinas, como, por exemplo, a de auxiliar Tia Neiva na criação da doutrina do Vale do Amanhecer.
Espécie de herói civilizador da comunidade, Pai Seta Branca é certamente a entidade de mais prestígio entre os fiéis. A narrativa referente a sua trajetória cármica assume características de um mito. Definido por Eliade (1989: 12) como uma fala, o relato de uma história sagrada, de um acontecimento fundante que teve lugar num tempo primordial, no fabuloso tempo dos “começos”, para Mielietinski (1987: 200-206), o mito está normalmente associado à figura do herói, refere-se à criação de alguma coisa: o primeiro fogo, a primeira planta, os primeiros procedimentos medicinais e de caça, assim como as primeiras atitudes moralmente positivas e negativas.
De fato, entre os fiéis, a figura de Pai Seta Branca encontra-se diretamente atrelada à gênese do ser humano, passando pela criação de cidades, civilizações, entre outros, e culminado com a fundação do Vale do Amanhecer. Sua história, embora apresente algumas variações, pode ser dividida, basicamente, em cinco momentos, correspondentes ao número das supostas encarnações que ele teria tido na Terra. São elas: o equituman, o tumuchi, o jaguar, o Assis e o cacique, respectivamente.

3. Das encarnações de Pai Seta Branca: narrativas que compõem o mito.

Contam os adeptos que todos os seres humanos descendem dos habitantes de um planeta chamado Capela, cujos moradores seriam bastante desenvolvidos nos planos físico, científico e espiritual. A estes seres teria cabido a missão de colonizar a Terra. No entanto, como suas constituições físicas não lhes permitiam a adaptação ao novo planeta, tiveram que passar por uma espécie de mutação. Transformaram-se, assim, nos equitumans, seres semidivinos que, além de andróginos, mediam de três a quatro metros de altura (Cavalcante, 2000: 50).
De acordo com o adepto Álvares (1991b: 7), os equitumans chegaram a Terra em naves, estabelecendo-se na região andina, na América Latina. Viveram durante 2000 anos, até que desapareceram repentinamente, num cataclismo que atingiu o planeta. Tal acontecimento teria sido provocado pela aproximação de um corpo extraterreno, semelhante a uma nave espacial. Mortos em decorrência dos efeitos provocados por esse objeto do espaço, os equitumans teriam sido sepultados na área do atual lago Titicaca, situado entre o Peru e a Bolívia. Segundo Álvares, na linguagem do Vale do Amanhecer, essa nave ficou conhecida como Estrela Candente, e o fenômeno da formação do lago configurou-se como resultante de “uma lágrima da Estrela Candente”. O referido acontecimento teria ocorrido sob a direção de Pai Seta Branca, então comandante da nave (Álvares, 1991b: 8).
Após o desaparecimento do equitumans, Pai Seta Branca, na versão dos fiéis, teria organizado os últimos remanescentes desta civilização em grupos de sete para efetuarem uma nova “colonização” do planeta Terra. Recebendo uma outra denominação, passaram a ser chamados de orixás. Dos grupos integrados pelos orixás, no entanto, formar-se-iam inúmeros clãs de missionários conhecidos pelo nome de tumuchis (Cavalcante: 2000: 51).
De acordo com Álvares (1991b: 8), os tumuchis seriam hábeis artesãos e cientistas, avessos à guerra. Conheciam e manipulavam o potencial energético dos corpos planetários; moviam-se na superfície do planeta com naves próprias, guiados por mapas e maquetas do globo terrestre. Liderados por Pai Seta Branca, encarnado como um chefe tumuchi, teriam construído monumentos em vários pontos do planeta, podendo até hoje ser conhecidas as suas ruínas. Tal é o caso da cidade de Machu-Pichu, a famosa cidade sagrada dos incas, no Peru. Outros monumentos seriam as pirâmides do Egito e as cabeças gigantes da Ilha de Páscoa.
Passados cinco mil anos, na versão de Álvares (1991b: 9), teriam vindo os jaguares, cujo símbolo universal era a figura estilizada dos felinos. Em uma outra versão, sustentada pelos adeptos, conta-se que os jaguares teriam surgido entre os próprios tumuchis que habitavam a região andina. E que novamente liderados por  Pai Seta Branca, chamavam-no de o “Grande Jaguar”, devido a sua força e sagacidade de guerreiro, além de sua eficiência em lidar com processos químicos e físicos (Cavalcante, 2000: 51).
De acordo com Álvares (1991b: 10), diversas civilizações continuaram a surgir e a desaparecer, sempre em ciclos de 2000 anos. Com o nascimento de Jesus, porém, e a conseqüente instauração do “Sistema Crístico”, Pai Seta Branca despiu-se de sua roupagem de guerreiro e encarnou novamente na Terra, desta vez como um santo da Igreja Católica. Divulgando única e exclusivamente o amor e o livre arbítrio entre os habitantes do planeta, teria vivido na Itália como São Francisco de Assis.
No século XVI, segundo Álvares (1991b: 10-11), Pai Seta Branca estaria encarnado no planeta Terra como um cacique mestiço de um povo também andino, da região fronteiriça entre Brasil e Bolívia. Nessa época, ele seria também conhecido como Cacique da Lança Branca, devido à alvura da ponta de sua lança, a qual passou a caracterizá-lo e o tornou uma personalidade lendária. Pai Seta Branca lutava, sobretudo, pela paz e salvação dos povos, e trazia no olhar a sabedoria dos seres iluminados pelo amor divino. Fato que, nessa época, o teria feito persuadir os espanhóis de desistirem do extermínio às últimas aldeias incas. E fato que, mais tarde, de acordo com os adeptos, fez com que ele escolhesse Tia Neiva como sua substituta, convencendo-a a criar o Vale do Amanhecer.

4.  As codificações de Pai Seta Branca

Diante de tais narrativas fica explícito que as referências aos povos pré-colombianos não são fiéis ao que costumam dizer os historiadores, arqueólogos e antropólogos. Tal é o caso da criação das pirâmides egípcia, dos monumentos da Ilha de Páscoa e da cidade de Machu-Pichu. De fato, entre os adeptos do Vale do Amanhecer, os incas, maias e astecas não são exatamente aqueles conhecidos pelos pesquisadores. No que diz respeito a sua relação com Pai Seta Branca, essas menções misturam-se a outros elementos, como a nave extraterrena Estrela Candente e apresentam-se, por fim, modificadas, diferentes do que eram anteriormente.
A esse mecanismo, que opera pela recodificação de uma tradição anterior em algo inesperado e novo, pode-se chamar, segundo a semiótica russa, de modelização. Tipo de tradução ou processamento de códigos que se define enquanto passagem, travessia, movimento, portanto; e que se apresenta com freqüência no caso do objeto estudado. Nesse sentido, se existe entre os adeptos a crença em um Pai Seta Branca pré-colombiano, é fato que referências a esses povos estarão presentes, no objeto mencionado, de uma forma diferenciada, re-significada, portanto.
A codificação verbal, seja ela oral ou escrita, juntamente com a visual é, sem dúvida, a codificação de maior força de um Pai Seta Branca pré-colombiano. Ao que parece, os demais códigos, tanto os cinéticos como os sonoros, mesmo estando em permanente diálogo com os primeiros, e sendo de importância fundamental nessa formação, atuam basicamente como secundários. Contudo, para efeito de exposição neste trabalho, em um primeiro momento, deter-se-á sobre o código verbal, para em seguida se analisar o visual e as relações destes com os demais citados.
Embora pudesse ouvir e ver espíritos, teria sido a partir da fala - mítica, porque fundante - que Tia Neiva recebeu de Pai Seta Branca as informações de sua missão na Terra, e foi instruída pelas entidades na construção do Vale do Amanhecer. Pela palavra foram por ela reveladas, a toda comunidade, uma cosmogonia e uma cosmologia próprias à doutrina, e organizados os rituais, bem como a concepção física do local. Dizeres que eram passados aos adeptos por meio de palestras, conversas informais e cartas. Foi também pela palavra, em seus supostos encontros com a clarividente, que Pai Seta Branca teria contado, entre outras histórias, a sua própria. História que fala de incas, mais e astecas, e que assume, pelo mecanismo da recodificação, uma feição e características singulares, marcadas pelo inesperado e pelo status de pura criação.
O fato de os equitumans terem se estabelecido na região dos Andes e serem sepultados na área do atual lago Titicaca, dando origem inclusive à formação do referido lago, como resultante de “uma lágrima da Estrela Candente”, mostra bem esse aspecto de recodificação. O lago Titicaca é, de fato, uma referência importante para alguns povos andinos, seja por seu aspecto sócio-econômico - relativo à moradia e à atividade da pesca -, seja em seu aspecto mítico. Segundo Zuidema (1991: 25), há uma narrativa que conta como Manko Kapác, fundador da dinastia dos reis incas, chegou a Cusco, capital do império inca. Nessa versão, ao invés de ele ter supostamente surgido, juntamente com seus três irmãos, de uma gruta, como relata Favre (1988: 14), o herói civilizador e ancestral mítico do povo mencionado, apareceu pela primeira vez no mundo como nascido do lago Titicaca.
Outra referência de destaque presente no Vale do Amanhecer é à cidade de Machu-Picchu, o famoso santuário Inca. Nas narrativas míticas dos seguidores de Tia Neiva, as ruínas dessa cidade nada mais seriam que provas da existência da civilização tumuchi que, assim como a dos incas, segundo Favre (1988: 75-84), eram constituías por hábeis artesãos, grandes cientistas (astronomia e matemática) e arquitetos.
E se, segundo Favre (1988: 9), os pré-incaicos chavín (1800-400 a.C.) cultuavam o jaguar, no Vale do Amanhecer a figura desse felino não é menos importante. Para os seguidores de Tia Neiva, Pai Seta Branca encarnou na Terra como o “Grande Jaguar”, líder extremamente respeitado por sua coragem, astúcia e conhecimentos científicos. No Vale, o nome jaguar se estende, ainda, a todos os adeptos do sexo masculino, como uma forma de rememorar as façanhas do notável guerreiro e de reconhecê-los, também, como valentes e integrantes, em uma outra vida, do grupo comandado por Pai Seta Branca.
Há um aspecto interessante entre as narrativas míticas dos astecas, que é o da associação entre o jaguar, o sol e o seu oposto, a noite. De acordo com Soustelle (1987: 74), os astecas acreditavam que o mundo fora precedido por quatro outros universos, os “Quatro Sóis”, dentre os quais o primeiro chamava-se “Quarto-jaguar”. Este sol teria desaparecido em um gigantesco massacre, no qual os homens haviam sido devorados por jaguares. Segundo ele, entre o referido povo, o jaguar correspondia a Tezcatlipoca, deus das trevas e do céu noturno pontilhado de estrelas, tal qual a pelagem do felino. Vale dizer ainda que os astecas eram, por excelência, o “povo do sol”. E que, conforme Soustelle (1987: 14), em suas origens, já adoravam o deus solar e tribal Uitzilopochtli.
O Sol era também adorado pelos incas (1200-1572 d.C.), com o nome de Inti. Viracocha, seu oposto complementar, foi também uma divindade importante para o panteão incaico. Estava associado à terra e à água e foi, para os habitantes de Tiahuanaco, segundo Busto (1998: 1), o criador dos homens. De acordo com Ferreira (1995: 54), Viracocha era o deus criador e civilizador do universo. Após terminada sua obra, partiu pelo mar em direção ao Oeste; estando, assim, associado à costa. Já o Sol, deus principal e fonte da vida, teve seu culto difundido e imposto a todas as comunidades conquistadas nos Andes centrais. De acordo com Wachtel (apud Busto, 1998: 1-2), o Sol e Viracocha são deuses complementares por traduzirem as categorias do pensamento inca, além de entrarem em um sistema de correlações e oposições. Ao Sol referem-se o céu, o fogo a serra e o alto; a Viracocha, a terra, a água, a costa, e o baixo. Partes de uma visão global do mundo, formada a partir de uma mesma cosmogonia que comporta indivíduos bem como as dimensões de espaço e tempo.
Tal correspondência entre o Sol e Viracocha parece explícita na representação geralmente atribuída ao segundo, nas ruínas de Tiahuanaco, na área boliviana, próxima ao lago Titicaca. De cabeça retangular, contornada por uma auréola formada por raios e um rosto que parece humano, o deus ocupa o centro da famosa Porta do Sol, importante monumento do mundo andino. Está em posição frontal e segura um par de báculos, com forma de condores de pescoços compridos, mostrando-se adorado por quarenta e oito pequenas criaturas. Nesse caso, o Sol e Viracocha estão unidos não apenas em termos de narrativa, mas também de iconografia, pelos raios que circundam a cabeça do último.
            Essa figura guarda uma forte semelhança com imagem do jaguar do Vale do Amanhecer, presente nas insígnias e roupas dos fiéis, bem como nas paredes dos templos. A figura do jaguar do Vale também é apresentada em perspectiva frontal; no entanto, não tem um corpo. Resume-se a uma cabeça, semelhante à do deus Viracocha. Essa cabeça é igualmente circundada por feixes de luz que lembram raios solares, embora sejam coloridos, como os do arco-íris. Tal referência é legitimada inclusive pelo adepto Vladimir Carvalho (06/1995) ao fazer alusão ao jaguar do Vale: “é um jaguar estilizado (...) se você for no altiplano boliviano, na Porta do Sol, você vai encontrar essa cabeça (...)”.

Detalhe da Porta do Sol/  Viracocha

  
 Insígnia com cabeça de jaguar
                                         
A associação Viracocha - jaguar é uma criação dos adeptos do Vale do Amanhecer. Idéia que tem como base um relativo conhecimento da iconografia não apenas andina, mas pré-colombiana de um modo geral. De fato, a imagem do jaguar é constantemente representada na arquitetura e nas artes dos povos mencionados. E se Cusco, em seus primórdios, tinha a forma de um puma (felino da família do jaguar) - da qual a fortaleza de Sacsahuan seria a cabeça, enquanto que a confluência dos dois rios que atravessam a cidade formaria a cauda -, como afirma Favre (1988: 67-69), no Museo de La Nacion e no Museo del Oro, ambos em Lima, pode-se encontrar algumas representações, sobretudo de divindades pré-incaicas, com formas híbridas. Na maioria dos casos, verifica-se uma mistura de traços humanos com os de um jaguar, podendo-se verificar, também, a presença de animais alados.
A imagem do Sol, juntamente com a Lua, também é uma constante nas figurações do Vale do Amanhecer. Estão inclusive sobre o templo principal da comunidade, o qual tem sua fachada feita de pedras, lembrando as ruínas de algumas de suas supostas encarnações, como a dos pré-colombianos. Considerados como divindades entre grande parte dos povos mencionados, no Vale, o Sol e a Lua são elevados à categoria de “astros guia” da doutrina. As cores que os representam são sempre o amarelo ou o dourado e o azul ou o prateado, respectivamente. Enquanto a lua é associada ao princípio feminino, entre os adeptos, o sol é visto enquanto centro de energia vital do universo. Simboliza o Oráculo de Ariano - foco irradiador de energia -, também conhecido como Oráculo de Simiromba ou Oráculo de Pai Seta Branca.
Na iconografia do Vale do Amanhecer, Pai Seta Branca, ou Cacique da Lança Branca - se lembrado em sua em sua última encarnação -, é sempre um índio de aparência bonita, jovem e altiva. Veste-se com uma túnica azul, um longo cocar e usa sandálias de couro. Tem olhos puxados, pele morena, e segura com as duas mãos uma flecha/lança de seta (ponta) branca, como indicado em seu próprio nome - relação que evidencia um nítido diálogo entre os códigos verbais e visuais.

         

Pai Seta Branca/ pintura de Vilela
 
O texto Pai Seta Branca pré-colombiano pode ser percebido, ainda, em sua codificação cinética. Segundo os adeptos, a referida entidade incorpora em alguns rituais do Vale do Amanhecer, como é o caso da Bênção de Pai Seta Branca, realizado no primeiro domingo de cada mês e o Oráculo, executado nos dias de quarta, sábado e domingo (dias de trabalho oficial). Há também uma bênção anual, concedida pela entidade no dia 31 de dezembro, por ocasião da passagem do ano.
Falando em um espanhol bastante rudimentar, o espírito, supostamente incorporado no corpo de um fiel, apresenta, invariavelmente, um semblante, um gestual e um tom de voz tranqüilos. Manifestação que só se dá após o cumprimento de preceitos rigorosos por parte dos adeptos. Os rituais do Vale são extremamente complexos: exigem a presença de um grande número de fiéis, devidamente paramentados e conhecedores de uma organização minuciosa, em que palavras, canto, gestos e movimentos são rigidamente pré-estabelecidos. Rituais, aliás, que se encontram descritos em ricos detalhes em um dos livros editados pela comunidade e que mostram, em sua constituição, a íntima relação entre os códigos verbais, visuais, sonoros e cinéticos.
Fazendo uma nova ligação entre o verbal e o cinético, e estabelecendo a relação destes com o código sonoro, há um canto da comunidade que, segundo Álvares (1991a: 30), atua como um chamado à referida entidade. Pai Seta Branca ao ouvir tal canto, teria facilitado seu deslocamento dos planos espirituais para o plano físico. “Divino Seta Branca/ Tu és a lei de Deus/ Imaculado sejas tu/ Juntinho aos pés de Jesus/ Seta Branca querido por nós/ Tu és o Amor e és a luz/ Que iluminas os tiranos corações/ Erguendo seus filhos a Jesus”.
Mas não é apenas o canto criado pela comunidade que, segundo os adeptos, refere-se a Pai Seta Branca. Há, para seus devotos, uma outra forma de musicar a entidade. Uma nova modelização, entre as tantas já apresentadas, que se verifica a partir da tradução de uma tradição estranha à entidade indígena, em algo inesperado e de fácil leitura. Os adeptos do Vale apropriaram-se de uma música de Caetano Veloso, e dela fizeram uma referência direta à entidade em questão.
Sobre esse assunto, Martins (2001: 2) afirma que Ana, uma mulher criada pela clarividente, fala do tempo em que o artista baiano foi recebido por Tia Neiva no Vale do Amanhecer. Depois de conversar longo tempo com a clarividente, Caetano Veloso teria ido visitar o templo de pedra, ou templo principal. A emoção de ver imagem de Pai Seta Branca, ali, diante de seus olhos e em grandes proporções, teria sido tão grande que ele compôs, em homenagem à entidade, a música “Um índio” [1] .
De fato, como diz a autora,
a canção de Caetano põe em evidência o personagem central mais sagrado da doutrina do amanhecer, o cacique inca Pai Seta Branca, cuja imagem está sentada no centro do templo de pedra, impávido, tranqüilo e infalível, preservado em pleno corpo físico, a esperar a entrada da nova era (Martins, 2001: 2).
Desse modo, se na canção de Caetano, um índio descerá de uma estrela colorida brilhante e pousará no coração do hemisfério sul na América, de acordo com Martins,
para os seguidores da doutrina do amanhecer, o índio é o Pai Seta Branca, cacique inca, mentor espiritual da Tia Neiva. A estrela colorida e brilhante é a Estrela Manhante, lugar onde vivem os espíritos mais evoluídos que descem ao Vale do Amanhecer para trabalhar incorporando nos médiuns, com a finalidade de promoverem a cura do espírito [ou seria a Estrela Candente?]. O coração do hemisfério sul da América, o ponto eqüidistante entre o Atlântico e o Pacífico, o centro do mundo, lugar predestinado para se encontrarem os que se preparam para a entrada do terceiro milênio é o próprio Vale do Amanhecer (Martins, 2001: 2).
E mais: se, na música de Caetano, no momento em que o índio descer, o que se revelará aos povos, surpreenderá a todos não por ser exótico, mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto quando terá sido o óbvio significa, segundo Martins (2001: 2), referindo-se aos adeptos, que Pai Seta Branca descerá para encerrar o milênio. E que levará, consigo, os seguidores da doutrina do amanhecer para o Astral Superior - lá estaria situado o planeta Capela -, onde não mais terão a necessidade de encarnar e onde não mais perecerão de dor e sofrimento. Assim, com a chegada de Pai Seta Branca a Terra, na visão dos fiéis, será aplicada a lei da evolução dos espíritos e, como profetizaria a música de Caetano, tudo o que antes parecia pertencer ao ocultismo, mostrar-se-á como o óbvio


5. Referências bibliográficas

ÁLVARES, Bálsamo (Org.). Hinos mântricos. Brasília: [do autor], 1991a.
______. Mensagens de Pai Seta Branca. Brasília: [do autor], 1991b.
______. Leis e chaves ritualísticas. Brasília: [do autor], 1993.
BUSTO, José Antônio del. “La religión incaica”. In http://www.magicperu.com/atlas/default14.htm, acessada em 20/08/2001
CAVALCANTE, Carmen Luisa. Xamanismo no Vale do Amanhecer: o caso Tia Neiva. São Paulo: Annablume, 2000.
ELIADE, Mircea. Aspectos do mito. Lisboa: Edições 70, 1989.
FAVRE, Henri. A civilização inca. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998.
FERREIRA, Jorge Luiz. Incas e astecas: culturas pré-colombianas. São Paulo: Ática, 1995.
FRANCHETTI, Paulo; PÉCORA, Alcyr. Literatura comentada: Caetano Veloso. São Paulo: Nova Cultural, 1981.
LOTMAN, IURI M; USPENSKI, Boris; IVANOV, V.V et alii. Ensaios de semiótica soviética. Lisboa: Livros Horizonte, 1981.
LOTMAN, Iuri. La semiosfera (vol 1). Madrid: Cátedra, 1998.
MARTINS, Maria Cristina de C. “O Amanhecer de uma Nova Era: uma análise do espaço sagrado e simbólico do Vale do Amanhecer”. In http://www.ifcs.ufrj.br/jornadas/papers/09st0805.rtf, acessada em 28/08/2001
MIELIETINSKI, E. M. A poética do mito. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1987.
SOUSTELLE, Jacques. A civilização asteca. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1987.
ZUIDEMA, R. Tom. La civilizacion inca en Cusco. México: Fondo de Cultura Económica, 1991.
* Entrevistas com os adeptos do templo de Brasília nos períodos de 22 a 30 de julho e de 02 a 12 de dezembro de 1995, de 28 a 05 de dezembro de 1996, 17 a 21 de outubro de 1997.
Images

Música em homenagem ao Pai Seta Branca - Caetano Veloso



 "Afirma que Ana, uma mulher criada pela clarividente, fala do tempo em que o artista baiano foi recebido por Tia Neiva no Vale do Amanhecer. Depois de conversar longo tempo com a clarividente, Caetano Veloso teria ido visitar o templo de pedra, ou templo principal. A emoção de ver imagem de Pai Seta Branca, ali, diante de seus olhos e em grandes proporções, teria sido tão grande que ele compôs, em homenagem à entidade, a música “Um índio”

Trecho retirado de O Vale do Amanhecer e as Configurações de um Mito em Códigos Verbais, Cinéticos, Visuais e Sonoros. Mrs.Carmen Luisa Chaves Cavalcante Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - Brasil


Um Índio -Caetano Veloso

Um índio descerá de uma estrela colorida e brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante

E pousará no coração do hemisfério sul, na América, num claro instante

Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias

Virá, impávido que nem Muhammed Ali, virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri, virá que eu vi
Tranqüilo e infalível como Bruce Lee, virá que eu vi
O axé do afoxé, filhos de Ghandi, virá

Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor, em gesto e cheiro
Em sombra, em luz, em som magnífico

Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto, sim, resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará, não sei dizer
Assim, de um modo explícito

E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos, não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio




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